PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO
Curso Gestão Estratégico para departamentos da igreja
1. Conceitos
de Planejamento Estratégico
·
Planejar é
decidir antecipadamente o que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem
deve fazer, para o alcance de uma situação desejada;
·
Planejamento é
um processo que apresenta os caminhos a seguir, de modo mais eficiente, eficaz
e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos;
·
O planejamento
estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser
seguida pela organização, visando um maior grau de interação com o ambiente.
Trata-se de um processo contínuo durante o qual são definidos e revisados a
missão da organização, a visão de futuro, os objetivos e os projetos de
intervenção que visam a mudança desejada;
·
O planejamento
estratégico permite que todos os esforços realizados pela organização, em
qualquer área, tenham unidade e sejam coerentes com o objetivo único de obter
um desempenho superior.
2. Introdução:
Esta é uma mudança importante no
comportamento da igreja cristã da atualidade que, em muitos de seus segmentos,
vivia uma crise de objetividade e dominada por uma nostalgia infrutífera. No
entanto, vemos muita gente sonhando alto e, às vezes, sem ter a mínima noção de
como chegar ao sonho proposto no coração. Sonhar é preciso. Sem sonhos
começamos a morrer ou vivemos para cumprir os sonhos de outrem.
Deus sonhou em resgatar a humanidade
e elaborou um plano para concretizar esse sonho maravilhoso. Com certeza, Deus
pensou na maravilhosa bênção de voltar a ter o ser humano restaurado ao
seu estado original, uma vez que o pecado tornou o homem um ser maldoso e
distante do seu Criador. Mas Deus sabia que isto lhe custaria muito caro e
custou nada mais que a vida do seu próprio Filho. Por isso, teve de idealizar
uma estratégia para alcançar esse objetivo. A essa estratégia, que é um
conjunto de ações e atitudes práticas e sequenciais para alcançar o objetivo,
chamamos de metas.
O ponto-chave para a realização de
um ministério de sucesso passa necessariamente pela obtenção de uma visão clara
e divina daquilo que queremos, pela encarnação dessa visão, tornando-a missão
de vida, e pelo estabelecimento de metas para otimizar esta visão para não se
perder na caminhada ministerial.
Um ministro do Evangelho precisa
trabalhar dentro de uma visão clara. Todo líder precisa saber que a visão é o
fundamento de toda tarefa em liderança.
A visão exige ação e dedicação.
Chamamos isso de missão. Contudo, uma missão só pode ser realizada através
do estabelecimento de metas. Sua visão de ministério não será realizada a não
ser através de um ousado conjunto de metas.
Henry Kaiser disse: "Defina
claramente o que você quer mais que qualquer outra coisa na vida; registre os
meios pelos quais você pretende consegui-lo e não permita que nada, seja lá o
que for, o impeça de alcançar essa meta."
3.
Exemplos
bíblicos
Na Bíblia
encontramos exemplos claros de como Deus leva a sério esse assunto. A começar
em Gênesis, nos deparamos com o chamado de Deus para Noé livrar a raça humana
do extermínio. Nesse episódio Deus revelou a Noé o seu plano de preservá-lo
juntamente com sua família e, ao mesmo tempo, destruir a raça humana através do
dilúvio. Veja que Deus deu a visão, que se tornou a missão de sua vida, mas a
realização desta missão foi levada a cabo através de um plano de metas bem
rígido e sequencial, estabelecido pelo próprio Deus, antes de qualquer coisa,
Gn 6: 13-22.
Outro texto que me impressiona muito acerca desse
assunto é o de 1Sm 15: 1-35. Nessa passagem, vemos Deus ordenando a Saul, rei
de Israel, através de Samuel, a destruição dos amalequitas. Veja a ordem:
"Vai, pois, pois agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente tudo o que
tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até a mulher, desde os
meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas e desde os camelos até
aos jumentos". Infelizmente Saul, ao invés de cumprir as metas de acordo
com a visão que Deus lhe dera, fez do seu próprio jeito.
No primeiro texto vimos que Noé cumpriu as metas
estabelecidas por Deus: construiu a arca, colocou os animais dentro dela
literalmente como Deus lhe ordenara e teve seu nome eternizado como um líder
fiel e vitorioso.
Já no segundo exemplo, Saul não
levou muito a sério a realização de sua tarefa ministerial de acordo com um
plano de metas baseado na visão que Deus lhe dera, que era a de destruir
completamente os amalequitas.
Isso lhe custou o reinado e o seu nome passou para a
história como um dos líderes bíblicos derrotados por infidelidade e
incapacidade de dar conta da responsabilidade que recebera de Deus. Veja a
importância das metas no ministério cristão.
4. As metas nos desafiam
Ninguém sobrevive sem desafios novos e interessantes.
Desde a infância somos movidos por desafios: aprender a falar, andar, escrever,
etc... Na vida temos de estabelecer metas para alcançarmos nossos sonhos. Caso
contrário, nossos sonhos acabarão se tornando pesadelos, uma vez que os sonhos
não se realizam sem trabalho e esforço. Todo esforço e trabalho sem etapas
mensuráveis não produzem os efeitos desejáveis. As metas podem produzir uma
atmosfera propícia para suportarmos a espera de uma conquista.
Veja que Noé
trabalhou mais de cem anos motivado pela salvação de sua vida e de sua família
na construção da arca, Hb 11: 7. Jesus viveu como homem, mesmo sendo Deus, por
33 anos e meio, motivado pela salvação da humanidade, Fp 2:6-11. Leia esse texto.
Cada ministro tem no reino de Deus uma missão, que é a de fazer outros
discípulos, e deve desenvolver o ministério para o qual foi chamado dentro da
visão recebida de Deus. Isso certamente nos desafia a estabelecer metas.
Jesus enfrentou a cruz porque essa era uma das metas
estabelecidas em seu ministério. Foi um desafio grandioso, mas ele o fez,
porque fazia parte de um todo que o levaria ao status de Salvador do mundo de
acordo com o plano geral do Pai, que Ele mesmo havia aceitado por amor do seu
Santo Nome e também por amor à humanidade.
5. A realização de metas nos consolida
como líderes (1Sm 15: 22)
Saul não foi consolidado como um rei de sucesso porque
vacilou na hora de cumprir as metas estabelecidas por Deus através de seu líder
espiritual que era Samuel. Cada pessoa que deseja tornar-se um líder de sucesso
tem de cumprir suas metas na igreja. Na vida, de um modo em geral, só
conseguimos êxito quando alcançamos nossos alvos. Cada área da nossa vida tem
de ser consolidada por metas alcançadas. Estabeleça suas metas na sua vida
espiritual, familiar, material e pessoal e lute porque o seu sucesso depende de
sua capacidade de perseguir as metas. Ouça o seu líder e seja fiel a ele.
Não seja como Saul, que ignorou Samuel e fez as coisas do seu jeito.
A prática das metas treina nossa obediência: "Eis
que o obedecer é melhor que do que o sacrificar." Por causa do tempo
em que vivemos no mundo sem Jesus, não estamos preparados para a obediência.
Por isso as metas nos ajudam a treinar esse aspecto da nossa conduta diante de
Deus. Sem obediência não alcançaremos êxito na vida. A obediência aos pais, aos
discipuladores, aos pastores e principalmente a Deus é indispensável. Temos de
aprender a fazer as coisas do jeito de Deus. Não basta fazer! Há pessoas que acham
que o importante é unicamente fazer, mas a Bíblia nos mostra que o importante é
fazer como Deus deseja.
6. As metas curam o caráter, afiando
nossas capacidades.
As pessoas resistem às metas porque não são treinadas
para receber ordens e não gostam disso. Sentem-se ofendidas, manipuladas e
ameaçadas. Duas palavras que mais ouvimos recentemente são "alvo" e
"metas". Ficar ouvindo alguém nos pedir as metas não é nada
confortante para nós, pois elas nos assustam. Mas ninguém pode dizer que,
por causa do estabelecimento de metas, sua vida ficará mais difícil ou mais
pobre ou não conseguirá realizar os seus sonhos. Pelo contrário, há os que nem
sonham! A visão que nos leva a uma missão e ao estabelecimento de metas
despertará sonhos de ganhar vidas, de nos encontrarmos e de termos um
ministério pautado em ações específicas que tragam resultados.
Nosso medo das metas vem da referência negativa que temos na nossa tradição cristã baseada numa igreja onde o trabalho era feito por poucos e apreciado e criticado por muitos. Leia Hb 5: 8; Mt 9: 13; Ec 10: 10; 2Tm 2: 15.
Nosso medo das metas vem da referência negativa que temos na nossa tradição cristã baseada numa igreja onde o trabalho era feito por poucos e apreciado e criticado por muitos. Leia Hb 5: 8; Mt 9: 13; Ec 10: 10; 2Tm 2: 15.
7. As metas dão objetividade ao
ministério
Um ministro não pode perder tempo com coisas
supérfluas, nem tampouco perder tempo realizando aquilo que, embora seja bom,
não faça parte da sua visão de ministério. Há muita coisa boa sendo
desenvolvida no mundo cristão, mas nem todas têm relação com a minha visão
ministerial. E minha missão não é fazer tudo aquilo que é bom, mas aquilo que
Deus preparou para mim. Nesse caso as metas nos ajudam muito porque elas
nos tiram do ativismo e nos colocam nos trilhos da visão de Deus pra nós.
Jesus realizou seu ministério baseado numa visão clara
revelada nos profetas. Encarnou sua missão de forma radical, mas com metas
objetivas. Em Mc 1: 38 Jesus, que já havia curado muita gente no dia
anterior, se recusa a ter sua agenda imposta pelo povo ou pelas circunstâncias
daquele momento. A multidão queria que Jesus continuasse por ali para curar os
demais enfermos daquelas cercanias que estavam vindo até ele. Mas ele disse:
"Vamos às aldeias vizinhas, para que ali eu também pregue, porque para
isso vim."
Isso deixa claro que o ministério cristão precisa de
objetividade e não somente de ser preenchido com muitas atividades, por melhor
ou mais interessantes que sejam.
8. Princípios para o estabelecimento de
metas
A mensurabilidade - Nunca se deve
estabelecer uma meta que não possa ser medida. Exemplo: "minha meta é
ganhar Arapongas para Jesus". Essa é uma visão, um sonho, e não uma
meta. "Vamos treinar 500 líderes em 3 anos para evangelizar a nossa cidade".
Isso é uma meta mensurável. Cada meta é parte de todo um sistema de metas com a
finalidade de cumprir a visão.
Organização - Quando estabelecemos metas, somos forçados a organizá-las dentro de uma ordem de prioridades para que não haja conflito de metas ou duplicação de esforços. Sem organização é impossível alcançar sucesso. As pessoas envolvidas na visão de uma igreja ou ministério precisam saber o que elas devem fazer, como e quando. O ministro cristão deve saber organizar-se e distribuir as tarefas de acordo com as aptidões, a visão em execução e os apelos da Palavra de Deus. Aprenda a separar as metas organizadamente: estilo de vida pessoal, atividades sociais, metas financeiras, metas de família, etc. Uma forma correta de organizar metas é escrevê-las e treinar as pessoas; no caso de metas pessoais, lê-las com frequência e fazer avaliações periódicas.
Separar as metas permanentes das temporais - As metas são muitas e precisamos aprender a separar as temporais das permanentes para não nos perdermos e ficarmos concentrados em um tipo só de meta, amargando o prejuízo da perda do foco ou visão. Exemplo: orar uma hora por dia deve ser uma meta permanente, porém evangelizar dois jovens no centro da cidade por semana não. A oração deve ser permanente: nunca devemos parar de orar; contudo evangelizar os jovens não. As metas podem mudar, mesmo porque elas são muitas numa visão ministerial. Temos de estar atentos para modificarmos as metas assim que as situações exigirem.
O princípio do realismo - Há muito exagero por aí. Os
líderes nem sempre olham para a realidade que os cerca e isso é um perigo muito
grande que pode render frustração e fracasso. Por exemplo, um seminarista
de 2° ano num curso de quatro anos não pode estabelecer a meta de ser diretor
do seminário em um ano. Mas, se ele estabelecer a meta de alcançar esse
objetivo em 20 anos, isso fica mais realista. O ministério não suporta mágica.
Ele é feito por homens e mulheres de visão, mas também por pessoas que sabem
discernir seu potencial sem subestimá-lo nem superestimá-lo.
9. Conclusão
O desejo de Deus é que aprendamos a colocar em prática
o propósito maravilhoso que Ele tem para as nossas vidas através de metas
mensuráveis e não vivamos por aí fazendo as coisas de qualquer jeito, sem
organização. Lute e descubra o que Deus tem pra você e estabeleça como
você vai fazer cada coisa e quando vai fazer. Deus o abençoe e conte com a
sabedoria e a unção do Espírito Santo.
O
estabelecimento de metas é fruto de uma disciplina permanente. Não há como você
elaborá-las de uma vez por todas. Seja um ministro de visão clara, apaixonado,
a ponto de tornar sua visão na missão da sua vida. Seja capaz de estabelecer
metas bem definidas e trabalhar focalizado nelas em todo o tempo.
10. Como escrever um plano
estratégico para uma igreja
Como escrever um plano estratégico para
uma igreja?
Como qualquer
outra organização, igrejas têm a responsabilidade de planejar estrategicamente
para alcançar seus objetivos. A capacidade de uma igreja em ter um plano de
ação e utilizar bem seus recursos é especialmente importante porque seus
recursos financeiros vêm de dentro da congregação. Se uma igreja não cumpre o
que promete tal como um programa para jovens ou classes de escola dominical, e
não atrai novos membros, os líderes podem encontrar-se em um dilema, como seus
participantes migrando para outro lugar. Investir tempo desenvolvendo um plano
estratégico deve estar em primeiro lugar na mente de qualquer líder de igreja.
Instruções: O que você precisa?
Projeção
financeira
Estabeleça um acordo com os anciãos, pastor, líderes da
igreja e qualquer um que deva estar envolvido em uma tomada de decisão para a
igreja.
Decida em quais elementos focar. É necessário começar
pequeno, e focar em objetivos específicos para alcançar em determinado período
de tempo. Por exemplo: uma igreja pode decidir focar a curto prazo em atrair
novos membros e em desenvolver um currículo de escola dominical.
Desenvolver um plano de ação para alcançar objetivos nos
quais se deseja focar. Se um dos objetivos imediatos é atrair novos membros
para a igreja, talvez você irá planejar alguns eventos comunitários para que os
moradores fiquem cientes da sua presença. Algumas igrejas oferecem acampamentos
de verão para crianças da região, com a esperança de toda a família se
interessar; outras igrejas simplesmente focam em anúncios através do rádio,
televisão e outdoor. Divida seu plano de ação em passos realistas para que você
faça coisas com um propósito.
Determine o custo das atividades nas quais planeja se
empenhar. Você não será capaz de alcançar seus objetivos se não pode se dar ao
luxo de cumpri-los. Pesquise cada atividade na qual você planeja participar, e
tenha certeza de que você terá fundos para mantê-la. A captação de fundos
talvez tenha de ser parte do seu plano de ação. Se este é o caso, você
provavelmente tem que projetar o quanto acha que será a disposição dos seus
recursos financeiros. Você pode fazer isto olhando para as ofertas do ano
anterior e fazendo uma média baseada no número de membros que você tem
atualmente.
Atribua tarefas específicas aos indivíduos para ajudá-los
a alcançar seus objetivos. Talvez seja conveniente definir papéis para que cada
pessoa saiba exatamente quais são suas responsabilidades.
Crie prazos nos quais cada tarefa específica deve ser
realizada. Se uma tarefa não é cumprida dentro do período de tempo
especificado, reavalie seu plano e modifique as coisas para ajudá-lo a ficar em
linha com seu objetivo.
Ferramenta : Método 5W2H
Ele funciona como um mapeamento de atividades, onde ficará estabelecido o que será feito, quem fará o quê, em qual período de tempo, em qual departamento da igreja e todos os motivos pelos quais esta atividade deve ser feita. Em um segundo momento, deverá figurar nesta tabela como será feita esta atividade e quanto custará aos cofres da do departamento.
A denominação 5W2H existe devido a sete palavras em inglês:
- What? O quê?
- Why? Por quê?
- Who? Quem?
- Where? Onde?
- When? Quando? (de acordo com um cronograma)
- How? Como?
- How
much? Quanto custa?
(de acordo com um orçamento)
11. Aplicação do Conceito
5W
|
What
|
O Que?
|
O que será feito? (projeto / fases / etapas
/ atividades)
|
Who
|
Quem?
|
Quem fará? (papéis / responsabilidades / áreas)
|
|
Where
|
Onde?
|
Onde será feito? (logicamente / fisicamente)
|
|
When
|
Quando?
|
Quando será feito? (tempos e prazos / início e fim)
|
|
Why
|
Por quê?
|
Por quê será feito? (justificativas / necessidades)
|
|
2H
|
How
|
Como?
|
Como será feito? (meios / procedimentos / técnicas
utilizadas)
|
How much
|
Quanto custa?
|
Quanto custa o que será feito? (custos / despesas)
|
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